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Por Julio Severo

Vi o futuro evangélico do Brasil. Não, não tive nenhuma visão sobrenatural. Apenas vi um cenário regional real que aponta acertadamente para uma realidade nacional.

Muitos evangélicos pensam que o quadro caótico do Brasil mudaria se a maioria da população do Brasil fosse evangélica. Mais evangélicos brasileiros significaria mais integridade, honestidade e justiça no Brasil?

São Gonçalo: espelho do futuro evangélico do Brasil?

Conheci São Gonçalo, no Rio de Janeiro, município que, de acordo com o Pr. Fernando Rezende, tem a maior concentração de pastores e igrejas evangélicas por quilometro quadrado de toda a América Latina.

Assim como todo o Brasil, São Gonçalo reflete muito bem a diversidade evangélica, com templos e denominações das mais tradicionais até as mais modernas. Andando por São Gonçalo, sente-se a presença evangélica por todos os lados.

Contudo, São Gonçalo tem fama de ter características evangélicas? É um município com elevado índice de assassinatos, violência, crimes, prostituição, etc. É um lugar conhecido pelo abandono, lixo, sujeira, etc. E, não por coincidência, o primeiro caso de união civil homossexual a receber aprovação do Superior Tribunal de Justiça veio de… São Gonçalo!

Onde o Evangelho de Jesus Cristo entra, o efeito é resplandecente: as trevas recuam. Mas em São Gonçalo as trevas recuaram?

Não só há uma grande concentração de pastores e igrejas em São Gonçalo, mas importantes posições políticas ali, inclusive de prefeito, estão nas mãos de evangélicos. Mesmo assim, ativistas homossexuais ocupam posições importantes da prefeitura. Onde está há mudança do Evangelho?

Claro que há homens e mulheres ali que são fiéis a Deus e clamam por justiça. Mas a pergunta é: Por que muitos pastores estão envolvidos em esquemas de corrupção em São Gonçalo? Por que tantos esquemas ligados a autoridades políticas evangélicas ali? Onde estão os profetas de São Gonçalo para bradar contra as alianças evangélicas com as trevas da corrupção política?

Os evangélicos e a política: o que está acontecendo?

Algum evangélico poderia me perguntar: “Julio, como você poderia aplicar o exemplo de São Gonçalo a um Brasil evangélico no futuro?”

Minha resposta: “São Gonçalo é evangelicamente diferente do resto do Brasil?”

Há muitos fatores em comum a considerar, principalmente espirituais, porém vou focalizar apenas no aspecto político.

Todo evangélico, seja líder ou não, tem poder político. Em São Gonçalo, evangélicos simples, sem nenhuma posição de liderança política ou religiosa, têm usado seu poder político para manter no poder indivíduos sem a visão e integridade do Reino de Deus. Aliás, os evangélicos simples é que decidem o rumo político de São Gonçalo, pois eles têm o poder do voto.

Não é assim também no Brasil inteiro? Evangélicos compõem parte significativa e importante dos eleitores, mas os resultados eleitorais estão mostrando um aumento de influência dos valores do Reino de Deus? O voto evangélico está pondo no governo homens que, em vez de obsessão de promover o aborto e o homossexualismo, têm como alvo levar o Estado a cumprir sua responsabilidade de castigar os maus e dar segurança aos bons?

Há abundante corrupção na política de São Gonçalo. Por que evangélicos que atuam na política ali não são diferentes de quem não é evangélico? Notável exceção foi o Dr. Geremias Fontes, que foi prefeito de São Gonçalo de 1959 a 1962. Mais tarde, durante o regime militar, ele se tornou governador do Rio de Janeiro, deixando como exemplo uma integridade política e administrativa que não se vê nos políticos atuais de São Gonçalo e Brasil. Ele foi o político mais honesto que já conheci em todo o Brasil.

Por que a presença forte de evangélicos na política atual de São Gonçalo e a presença forte de pastores e igrejas evangélicas na sociedade de São Gonçalo não estão mudando o quadro de corrupção, crimes, assassinatos e prostituição da região?

A população evangélica de São Gonçalo usa seu poder voto nas eleições. Por que as mudanças espirituais não vêm?

Evangélicos e até pastores entram na política de São Gonçalo com boas intenções. Por que eles acabam espiritualmente fracos e corruptos?

Como um futuro Brasil evangélico seria diferente dessa realidade?

Onde está o Brasil diferente?

A população evangélica do Brasil usa seu poder voto nas eleições. Onde estão as mudanças políticas nacionais que agradam a Deus?

Evangélicos e até pastores entram na política do Brasil com boas intenções. Por que eles acabam espiritualmente fracos e corruptos?

O aumento da presença evangélica na política está mudando o quadro caótico do Brasil? Pelo contrário, mesmo com grande presença evangélica, Lula, com toda a sua obsessiva devoção política ao aborto e à sodomia, foi eleito por muitos votos evangélicos, com o apoio ou silêncio da maioria dos líderes evangélicos.

Portanto, o que o Brasil precisa é de um futuro evangélico? Um grande aumento nacional de evangélicos poderia transformar o Brasil na República Federativa de São Gonçalo.

O que o Brasil precisa é de seguidores de Jesus Cristo que tenham coragem de viver e levar a sério os valores do Reino de Deus na política.

O evangélico e o Estado ladrão

O evangélico na política engole as visões ideológicas que lhe são impostas de todos os lados e nada vê de errado no acúmulo estatal de riquezas a custa de impostos assaltantes. Décadas atrás, o Brasil tinha uma carga de impostos sobre os cidadãos de 10%. Hoje, essa carga aumentou para um peso insuportável e inimaginável de praticamente 40%!

Isto é, a maior parte dos recursos de impostos hoje é produto de roubo estatal, por meio de leis injustas. Como um seguidor de Jesus conseguiria ser um bom administrador de recursos públicos adquiridos por meio de furto estatal?

O Estado brasileiro, injustamente enriquecido com taxação criminosa, alega que sua elevadíssima cobrança de impostos tem como finalidade ajudar os pobres e investir na saúde, educação, etc. O seguidor de Jesus aceitaria tal desculpa?

O que diríamos de um evangélico que investiu 4 milhões de reais em hospitais infantis e escolas? É uma boa e louvável ação, sem dúvida. Mas o que diríamos se a procedência desses 4 milhões fosse produto de roubo, onde um ladrão assaltou um banco e depois deu tudo ao evangélico, que por sua vez deu tudo para obras de caridade?

O investimento foi certo, porém o dinheiro é sujo, pois é produto de roubo. Administrar produto de roubo não traz bênção para quem o administra. Será por isso então que a maioria dos políticos evangélicos do Brasil não está sendo abençoada e ainda cai em escândalos?

Roubar para “ajudar” os pobres?

Como pode um evangélico (ou católico) ser um bom administrador de produto de roubo?

Muita severidade é injustamente atribuída a Deus por causa de seus mandamentos, mas ele nunca ordenou que o Estado roube dos cidadãos. O Estado faz isso por conta própria.

Na Bíblia, Deus orienta as pessoas a repartir com os pobres. Nunca Deus sugeriu que o Estado tem o poder e a autoridade de roubar de uns para dar para outros.

No plano de Deus, a repartição de bens deve ser motivada exclusivamente pelo amor ao próximo, não por tirania e abusos de impostos estatais. Quando o Estado usa sua força nessa área, o resultado é ódio e morte em grande escala.

O sistema socialista, que afirma apenas querer distribuir a renda entre as pessoas, é responsável por mais de 100 milhões de assassinatos.

O sistema socialista é uma afronta total aos ensinamentos de Jesus, que prega o amor e ações motivadas por amor.

Por isso, para alcançar um nível onde as pessoas sintam amor pelo próximo, a sociedade precisa do Evangelho. Quando o assunto é amor, o Estado é ineficaz e inútil. O Evangelho promove amor entre os cidadãos, sem roubar de uns para supostamente dar para outros. Mas quando o Estado, com a alegação de ajudar os pobres, rouba através de impostos, o ódio avança.

Por coincidência, nenhuma ideologia promoveu mais ódio e assassinatos do que o socialismo. Como então tantos evangélicos no Brasil podem abraçar uma ideologia maldita que derramou tanto sangue cristão durante a história da humanidade?

Como é que os evangélicos brasileiros, seguindo a direção dessa ideologia, conseguem entrar na política, querendo ser homens espiritualmente íntegros sendo ao mesmo tempo “bons” administradores de produtos de roubo através de impostos injustos?

Muitos evangélicos seguiram tal rumo e as conseqüências estão aí, mas o seguidor de Jesus age diferente. Ele entra no sistema político com os valores imutáveis e inabaláveis do Reino de Deus e muda o sistema. Ele não entra no sistema para se tornar apenas mais uma parte da engrenagem.

O seguidor de Jesus sempre faz diferença

O seguidor de Jesus entra no sistema político e, vendo os 40% de furtos estatais em impostos, luta para trazer justiça na forma e quantidade de o Estado cobrar e administrar os recursos públicos. O seguidor de Jesus levará o Estado a cumprir somente o chamado que Deus lhe deu: castigar os culpados e elogiar os bons.

Os que se opõem a Deus dizem que é crueldade dar mensalmente dez por cento da renda a Deus, porém nem mesmo entre o próprio povo de Deus ninguém questiona quando o Estado brasileiro cobra a força 40 por cento da renda do trabalhador!

A Bíblia diz que Deus deu ao Estado a autoridade de levar a espada — que significa a autoridade de usar a pena capital em criminosos perigosos. O Estado brasileiro leva a espada — que é o poder de fazer ameaça letal aos criminosos — não para acabar com a criminalidade e com os criminosos, mas para ameaçar os cidadãos bons com cobranças abusivas de impostos.

O Estado se tornou divino ao exigir dos cidadãos um “dízimo” compulsório quatro vezes maior do que o dízimo que é entregue ao único e verdadeiro Deus.

É impossível fazer a vontade de Deus na política sem fidelidade ao Reino de Deus. Os políticos evangélicos de São Gonçalo não são prova dessa realidade? Aliás, muitos políticos evangélicos de todo o Brasil são evidência desse fato. É impossível ser servo de Deus na política sendo “bom” administrador de produto de roubo.

Contudo, os políticos evangélicos são os únicos culpados pela falta de grande mudança positiva no Brasil? Os eleitores evangélicos do Brasil provavelmente são os maiores culpados, pois usam seu poder de voto quase sempre de forma errada. Quantos políticos pró-aborto e pró-homossexualismo que governam hoje o Brasil não foram eleitos por muitos evangélicos?

O seguidor de Jesus, ao ser confrontado apenas com opções de políticos corruptos na hora da eleição, se abstém. Mas o eleitor evangélico, ou católico, vota no “menos pior” — porque o mesmo Estado que lhe suga criminosamente impostos elevados também o doutrina sistematicamente que é “dever democrático” votar, seja em quem for.

O seguidor de Jesus não dá ouvidos ao Estado ladrão e a ideologias totalitárias. Ele dá atenção à voz do Espírito Santo.

Seja como político ou como simples eleitor, o seguidor de Jesus é realista, e entende que está lidando com um Estado que, em vez de cumprir sua função fundamental de castigar crimes reais, é praticante de crimes e furtos.

Seja como político ou como simples eleitor, o seguidor de Jesus se entrega nas mãos do Político supremo para trazer mudanças políticas ao Brasil. Ele não será simplesmente administrador do Estado ladrão, mas será servo do Reino de Deus na política brasileira, disposto a seguir toda ordem do Rei.

Vendo São Gonçalo, vi o Brasil evangélico do futuro! Agora vejo que o Brasil, mais do que nunca, precisa de um aumento de homens e mulheres fiéis ao Reino de Deus. São esses homens e mulheres que serão usados por Deus para transformar o Brasil.

Fonte: Julio Severo

Por Amenidades da Cristandade
#Lembreto
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