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O bispo Richard Williamson, que criou polêmica ao questionar a existência do Holocausto, afirmou à revista alemã "Der Spiegel" que está disposto a "rever as evidências históricas", mas que não vai visitar Auschwitz, grupo de campos de concentração localizados no sul da Polônia e considerado símbolo do Holocausto.

"Não, eu não viajarei para Auschwitz. Eu encomendei o livro de autoria de Jean-Claude Pressac. Ele se chama "Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers" [Auschwitz: técnica e operação das câmaras de gás]. Uma cópia está sendo enviada para mim e eu a lerei e estudarei", disse o bispo, que havia dito anteriormente que só pediria desculpas pela negação do Holocausto se encontrasse provas de sua existência.

Reuters

O bispo Richard Williamson, que questionou o Holocausto
Nas palavras de Williamson, "não existiram câmaras de gás, e [...] entre 200 mil e 300 mil judeus sofreram nos campos de concentração". O bispo também afirmou que Deus não queria que mulheres estudassem e que o 11 de Setembro foi uma conspiração dos EUA. Ele depois lamentou ter causado "tensão desnecessária" ao papa, mas nunca se retratou.

Recentemente, o Vaticano afirmou que o bispo deve "se distanciar de forma inequívoca e pública" de suas declarações sobre a negação do Holocausto e que as declarações feitas pelo religioso não eram de conhecimento do papa Bento 16 no momento em que suspendeu a excomunhão de outros três bispos conservadores da Sociedade São Pio 10º.

"Por toda a minha vida, eu sempre busquei a verdade. Este é o motivo para ter me convertido ao catolicismo e me tornado padre. E agora só posso dizer uma coisa, a verdade da qual estou convencido. [...] O que está em questão são evidências históricas, não emoções. E se encontrar estas evidências, eu me corrigirei. Mas isso levará tempo", disse o bispo à "Spiegel".

A polêmica começou quando o Vaticano reabilitou o bispo Richard Williamson. Ele havia sido excomungado por ter sido ordenado, em 1988, pelo polêmico arcebispo ultraconservador Marcel Lefebvre sem autorização do então papa João Paulo 2º.

"Nós apenas queremos ser católicos, nada mais. Nós não desenvolvemos nossos próprios ensinamentos, mas estamos apenas preservando as coisas que a Igreja sempre ensinou e praticou", disse o bispo, sobre a revisão de sua excomunhão.

O bispo afirmou ainda que "tudo foi mudado" com o Concílio Vaticano Segundo e "repentinamente [os ensinamentos católicos] se tornaram um escândalo". "Como resultado, nós fomos jogados à margem da Igreja, e agora que as igrejas vazias e o envelhecimento do clero deixou claro que as mudanças foram um erro, nós estamos retornando ao centro. É assim que funciona para nós conservadores: é provado que estamos certos, desde que consigamos esperar o suficiente", completou.

Fonte: Folha Online

Por Amenidades da Cristandade

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