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Cada dia ficam mais raras reuniões silenciosas ou comedidas nas igrejas evangélicas. Os cultos "barulhentos" são a onda dos últimos tempos, pois muitos acreditam que quanto maior o volume, mais fogo, mais unção e poder. Entretanto, pesquisas realizadas nos EUA demonstram que quanto maior o nível de decibéis que o ser humano é exposto, maior a probabilidade de contrair enfermidades físicas e psicológicas, como o estresse e até mesmo a impotência sexual. Confira um artigo sobre o assunto.

No início da semana passada o blog [Púlpito Cristão] preparou uma enquete com a pergunta: “Na sua opinião, quem grita mais?”, e entre as opções estavam Marco Feliciano, pastor Silas Malafaia, Gilmar Santos e, na quarta opção (para ver se conseguia quebrar o galho deles), o fã clube da dupla Zezé di Camargo e Luciano. A enquete terminou hoje com o seguinte resultado:

Em primeiríssimo lugar com o troféu "gogó de ouro" ficou o pastor Marco Feliciano, com 36% dos votos. No segundo aconteceu algo incrível: houve um empate! Silas Malafaia e o fã clube do Zezé e Luciano, empataram com 27% dos votos. Em último lugar apareceu Gilvan Rodrigues, com 9% dos votos (talvez devido à falta de popularidade, sei lá...).

Agora vamos falar sério um poquinho. Eu até posso entender que a postura vocal de um pregador está muito relacionada ao caráter daquele pregador. Algumas pessoas tem um comportamento natural, espontâneo, sanguíneo, e esse comportamento certamente vai refletir em uma forma de pregar mais dinâmica, extrovertida. Outros são melancólicos ou fleumáticos e por causa disso possuem um estilo vocal mais parcimonioso. Mas gente, venhamos e convenhamos: Essa galera grita demais!

EFEITOS FÍSICOS E PSICOLÓGICOS DA POLUIÇÃO SONORA

Uma pesquisa nos EUA mostrou que jovens expostos a um ruído médio inferior a 71 decibeis, entremeados com pulsos de 85 decibeis só a 3% do tempo, tiveram aumentos médios de 25% no colesterol e 68% numa das substâncias provocadoras de estresse: o cortisol. Mas já a partir de 55 decibeis acústicos a poluição sonora provoca estresse, segundo a Organização Mundial de Saúde. Pelo nível de ruído das nossas igrejas, podemos entender porque o estresse tem se tornado tão comum no meio evangélico, surgindo ou agravando arterioscleroses, problemas de coração e de doenças. Fernando Pimentel de Souza, professor da UFMG, especialista em Neurofisiologia e membro do Instituto de Pesquisa do Cérebro, UNESCO, inclui entre os efeitos da exposição aos altos decibéis a “sonolência, fadiga, diminuição da produtividade e problemas de relacionamento social e familiar. Ele acrescenta:

“Se o ruído é excessivo, o corpo ativa o sistema nervoso, que o prepara contra o ataque de um inimigo invisível, sem pegadas, que invade todo o meio embiente pelas menores frestas por onde passa o ar ou por toda ligação rígida à fonte ruidosa. O cérebro acelera-se e os músculos consomem-se sem motivo. Sintomas secundários aparecem: aumento de pressão arterial, paralisação do estômago e intestino, má irrigação da pele e até mesmo impotência sexual” ¹

Também é bom lembrar que um rítmo repetitivo de fala, entre 42 a 72 golpes por minuto (semelhante ao coração humano) é comprovadamente hipnótico e pode gerar uma alteração do estado de cosnciência, tornando-a até 25 vezes mais sugestionável. Com base nisso, podemos entender melhor alguns fenômenos “espirituais” que acontecem durante a pregação de alguns avivalistas.

Contudo, o pior problema da pregação contemporânea não é o som alto, e sim a má qualidade dos sermões pregados. Saúde, prosperidade e muita “unção” são os temas recorrentes dos mensageiros da atualidade e a pregação cristocêntrica vai ficando cada vez mais esquecida. É triste ver alguns pregadores que eram considerados homens de Deus, defensores da ortodoxia cristã, tão entregues à doutrina da prosperidade.

Somente para corroborar o que estou dizendo: Faz exatamente uma semana que estou acompanhando as pregações de um telepastor na Band, na esperança de ouvir um sermão evangelistico que seja, mas ao que tudo indica ele preferiu dedicar o horário para vender a "Biblia da Batalha Espiritual e Vitória Financeira", que ensina o crente a fazer negociatas com o Todo Poderoso. Uma pena, pois enquanto esses pregadores fazem seus espetáculos na tentativa de promover a própria imagem, o evangelho é deixado de lado e consequentemente milhares de pessoas que poderiam ser transformadas pela Palavra de Deus vão dormir sem conhecer o salvador Jesus. É uma pena...

Ah, e antes que eu esqueça. Acerca da teologia da prosperidade é bom lembrar-nos que quem oferece o mundo em troca de adoração é o diabo, e não Deus (Mt 4.9-10).
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1. Para saber mais sobre poluição sonora:
http://www.icb.ufmg.br/lpf/pfhumanaexp.html#14

Fonte: Púlpito Cristão

3 comentários

Willian Coutinho disse... @ 3 de novembro de 2008 às 10:35

coloquei seu banner no meu blog de amostras grátis. www.ganhedegraca.blogspot.com

gostaria que colocasse o meu no seu tbm. À Paz do Senhor

Anônimo disse... @ 1 de março de 2009 às 08:13

Acredito que falta um pouco de coerência em um comentário desse tipo.

Todos sabemos que várias igrejas evangélicas tem um som alto em seus cultos. Tem gente que critica isso, como também tem gente que defende.
Esse é o fato.

Mas avaliar o "volume" de alguns pregadores, isso não tem o menor cabimento.
Há som de músicas, ou palmas, mas o pregador não está lá para fazer barulho, e sim para falar e ser ouvido.
E para ser ouvido ele precisa ser audível.

Todos esses pastores citados (Gilmar Santos, Marcos Feliciano, Silas Malafaia) falam em voz cadenciada e plenamente audível, embora alta.
Onde há excesso de som são nos cultos em que outros pregadores esqueceram de planejar o estudo e aí partem para preencher o tempo com a busca de manifestações.
Mas esses pregadores não fazem isso...

Por outro lado, convenhamos, será que ninguém viu algum show ao vivo ou a vizinhança de uma casa noturna?
Até mesmo um automóvel com som potente faz tremer o chão, algo que não vi nenhuma igreja evangélica conseguir fazer.
E outras situações em que há exposição excessiva ao som, como o futebol ou procissões? Se fosse assim, todo torcedor que for uma vez por semana ao estádio (um jogo dura mais tempo que um culto) terá todos esses problemas de saúde. Impotência inclusive.

Terceiro ponto. A Bíblia da Batalha Espiritual e Batalha Financeira, embora tenha um título realmente apavorante para esses hipócritas que fingem rasgar dinheiro, não tem nada que possa se assemelhar a barganha com Deus.
É só avaliar o livro pelo conteúdo, não pelo título...

Realmente, por isso, péssimo e mal-intencionado esse artigo.

Flavio L Moura disse... @ 10 de março de 2009 às 11:11

Olá queridos.

Sou novo por aqui e achei interessante o artigo.
Entendi pelo título que o tema está relacionado ao volume do áudio exposto ao público cristão que vai aos cultos sempre, e é um assunto importantíssimo, pois como foi comentado isso pode realmente trazer más concequências a saúde e espantar em vez de atrair.
Tenho um pouco de conhecimento nesta área de áudio e tecnologia a qual trabalho e tento aplicar na igreja onde congrego.
Entendo pela bíblia que se "...a fé vem pelo ouvir, e o ouvir da palavra de Deus...", nossas igrejas precisam também se preparar com um bom som. Não podemos comparar o som da casa de um vizinho ou de um carro que passa. O som da igreja deve ser um bom som e não um "barulho" a mais, senão não alcançaremos nosso objetivo de pregar e ganhar. O entendimento envolve qualidade também.
Pode até existir dificualdade finaceira na igreja para tal extrutura de som que não é barata muitas vezes, mas devemos nos preparar em todos os aspectos, inclusive neste ponto.
Deus seja luovado com excelência pela nossa vidas.
Grande abraço.

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