Apesar de Tiago Camilo ter afirmado que a parábola é da Bíblia, ela saiu de outro lugar. Veja a reportagem.
Parábola bíblica inspira Tiago Camilo na conquista do bronze olímpico
Judoca admite decepção por perder o ouro, mas festeja poder de recuperação após derrota
Fonte: Último Segundo
PEQUIM (China) - Tiago Camilo fez o percurso que todos os judocas trilham assim que deixam a arena de judô da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pequim. Antes de irem para o vestiário, eles passam pela zona mista, uma área reservada aos repórteres. Lá, conversam com os jornalistas, ávidos por declarações para poder cumprir mais uma etapa de seus trabalhos.
O brasileiro, que tinha acabado de conquistar sua segunda medalha em Olimpíadas –a outra foi de prata, em Sydney-2000–, chegou chorando. E muito. Entre suas primeiras declarações, disse: “Há uma parábola da Bíblia que fala sobre dois fazendeiros que oram a Deus pedindo para chover no campo deles, pois fazia muito tempo que não chovia. Mas apenas um deles preparou a terra para a chuva”.
Em seguida, continuou levando uma saraivada, não de golpes, mas de perguntas. Mas vamos deixá-lo com os jornalistas neste momento. Que lá ele fique para que a gente tente ver de onde Tiago tirou essa parábola.
Pastor da Igreja Batista da cidade de Albany, interior da Georgia, um dos 50 Estados norte-americanos, Alex Kendrick escreveu e dirigiu em 2006 o filme “Desafiando Gigantes”, que conta a história de um decadente treinador de futebol americano. Ele dirige o Shiloh Eagles, time de uma escola de segundo grau de uma cidadezinha no interior da Georgia e que é saco de pancada de todo mundo.
Grant Taylor, o tal treinador, trabalhava havia seis anos no colégio. Sem resultados, passou a ser chamado pela comunidade local de “looser” (perdedor). Em casa, a situação não era muito melhor. A mulher queria desesperadamente um filho. Depois de muitos exames, descobriu-se que ele era estéril.
Impotente para resolver os dois problemas, estava na marca do pênalti em casa e na escola. Eis que de repente surge um misterioso personagem que o desafia a acreditar no poder da fé para transformar sua vida. E a Bíblia passa a ser a resposta para todos os seus problemas.
“Esse filme me tocou muito”, disse Tiago. “Foi a mãe do João (Derly) que tinha me indicado. Fazia tempo que eu estava com o DVD na mala, mas ele não rodava. Ontem ele rodou”.
E quando Tiago assistiu ao filme, um outro veio à sua mente: o episódio de 2004, quando ele acabou sendo eliminado no momento derradeiro dos Jogos de Atenas ao perder uma seletiva para Flavio Canto de maneira duvidosa. Tiago jamais se conformou com o ocorrido. Foi punido nos segundos finais da luta derradeira, que vencia, por falta de combatividade. A punição acabou custando-lhe a vaga olímpica.
A parábola tem tudo a ver com o que aconteceu nesses últimos quatro anos. Tiago pediu a Deus para que chovesse em sua terra e preparou-se como nunca para este momento. “A vitória não cai do céu, ela vem do céu”, ensina nosso medalhista, que se diz Cristão, mas não seguidor de nenhuma Igreja.
Deus fez chover na terra de Tiago, mas ele quase não aproveitou a chuva. A derrota para o alemão Ole Bischof, na terceira luta, foi um golpe pelo que ele não esperava receber jamais. Isso porque, campeão mundial e eleito o melhor judoca da Copa do Mundo realizada no Rio de Janeiro, no ano passado, Tiago esperava colher uma medalha de ouro. Qualquer outra seria fruto indesejado.
Tiago estava arrasado no vestiário após a derrota. Chorava muito. Foi até a pia lavar o rosto, olhou no espelho, lembrou de todo o esforço dos últimos quatro anos, mas não conseguia encontrar forças para sair do atoleiro em que se encontrava.
Perto a ele estava Nei Wilson, chefe da equipe de judocas do Brasil. O telefone celular de Wilson estava no bolso da calça do agasalho quando tocou. O som era abafado, mas audível. Do outro lado da linha estava Chicão, irmão de Tiago, judoca como ele, que se encontra no Brasil.
“Ele falou muita coisa para mim, dos quatro anos de preparação, da nossa família e das pessoas que estavam acordadas no Brasil torcendo por mim”, contou Tiago. “Depois, me disse que medalha olímpica não tem cor. O que ela tem é nome. Aquilo me tocou muito”.
Tiago voltou ao tatame e chegou à medalha. Queria o ouro, é claro, preparou-se para isso, mas feliz ficou com o bronze. Depois da luta, voltou a falar pelo telefone com o irmão. E agradeceu pelas palavras enviadas pelo celular.
Assim como o misterioso personagem surge de repente e ajuda o técnico Grant Taylor a sair do buraco em que ele se encontrava, Chicão surgiu através do celular do chefe da equipe para ajudar o irmão Tiago a sair do buraco em que estava se enfiando.
Parábola bíblica inspira Tiago Camilo na conquista do bronze olímpico
Judoca admite decepção por perder o ouro, mas festeja poder de recuperação após derrota
Fonte: Último Segundo
PEQUIM (China) - Tiago Camilo fez o percurso que todos os judocas trilham assim que deixam a arena de judô da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pequim. Antes de irem para o vestiário, eles passam pela zona mista, uma área reservada aos repórteres. Lá, conversam com os jornalistas, ávidos por declarações para poder cumprir mais uma etapa de seus trabalhos.
O brasileiro, que tinha acabado de conquistar sua segunda medalha em Olimpíadas –a outra foi de prata, em Sydney-2000–, chegou chorando. E muito. Entre suas primeiras declarações, disse: “Há uma parábola da Bíblia que fala sobre dois fazendeiros que oram a Deus pedindo para chover no campo deles, pois fazia muito tempo que não chovia. Mas apenas um deles preparou a terra para a chuva”.
Em seguida, continuou levando uma saraivada, não de golpes, mas de perguntas. Mas vamos deixá-lo com os jornalistas neste momento. Que lá ele fique para que a gente tente ver de onde Tiago tirou essa parábola.
Pastor da Igreja Batista da cidade de Albany, interior da Georgia, um dos 50 Estados norte-americanos, Alex Kendrick escreveu e dirigiu em 2006 o filme “Desafiando Gigantes”, que conta a história de um decadente treinador de futebol americano. Ele dirige o Shiloh Eagles, time de uma escola de segundo grau de uma cidadezinha no interior da Georgia e que é saco de pancada de todo mundo.
Grant Taylor, o tal treinador, trabalhava havia seis anos no colégio. Sem resultados, passou a ser chamado pela comunidade local de “looser” (perdedor). Em casa, a situação não era muito melhor. A mulher queria desesperadamente um filho. Depois de muitos exames, descobriu-se que ele era estéril.
Impotente para resolver os dois problemas, estava na marca do pênalti em casa e na escola. Eis que de repente surge um misterioso personagem que o desafia a acreditar no poder da fé para transformar sua vida. E a Bíblia passa a ser a resposta para todos os seus problemas.
“Esse filme me tocou muito”, disse Tiago. “Foi a mãe do João (Derly) que tinha me indicado. Fazia tempo que eu estava com o DVD na mala, mas ele não rodava. Ontem ele rodou”.
E quando Tiago assistiu ao filme, um outro veio à sua mente: o episódio de 2004, quando ele acabou sendo eliminado no momento derradeiro dos Jogos de Atenas ao perder uma seletiva para Flavio Canto de maneira duvidosa. Tiago jamais se conformou com o ocorrido. Foi punido nos segundos finais da luta derradeira, que vencia, por falta de combatividade. A punição acabou custando-lhe a vaga olímpica.
A parábola tem tudo a ver com o que aconteceu nesses últimos quatro anos. Tiago pediu a Deus para que chovesse em sua terra e preparou-se como nunca para este momento. “A vitória não cai do céu, ela vem do céu”, ensina nosso medalhista, que se diz Cristão, mas não seguidor de nenhuma Igreja.
Deus fez chover na terra de Tiago, mas ele quase não aproveitou a chuva. A derrota para o alemão Ole Bischof, na terceira luta, foi um golpe pelo que ele não esperava receber jamais. Isso porque, campeão mundial e eleito o melhor judoca da Copa do Mundo realizada no Rio de Janeiro, no ano passado, Tiago esperava colher uma medalha de ouro. Qualquer outra seria fruto indesejado.
Tiago estava arrasado no vestiário após a derrota. Chorava muito. Foi até a pia lavar o rosto, olhou no espelho, lembrou de todo o esforço dos últimos quatro anos, mas não conseguia encontrar forças para sair do atoleiro em que se encontrava.
Perto a ele estava Nei Wilson, chefe da equipe de judocas do Brasil. O telefone celular de Wilson estava no bolso da calça do agasalho quando tocou. O som era abafado, mas audível. Do outro lado da linha estava Chicão, irmão de Tiago, judoca como ele, que se encontra no Brasil.
“Ele falou muita coisa para mim, dos quatro anos de preparação, da nossa família e das pessoas que estavam acordadas no Brasil torcendo por mim”, contou Tiago. “Depois, me disse que medalha olímpica não tem cor. O que ela tem é nome. Aquilo me tocou muito”.
Tiago voltou ao tatame e chegou à medalha. Queria o ouro, é claro, preparou-se para isso, mas feliz ficou com o bronze. Depois da luta, voltou a falar pelo telefone com o irmão. E agradeceu pelas palavras enviadas pelo celular.
Assim como o misterioso personagem surge de repente e ajuda o técnico Grant Taylor a sair do buraco em que ele se encontrava, Chicão surgiu através do celular do chefe da equipe para ajudar o irmão Tiago a sair do buraco em que estava se enfiando.
0 comentários
Postar um comentário