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Fonte: Lagoinha.com
A vez e a voz da experiência

A vez e a voz da experiência
Com exclusividade, em retrospectiva de 3 décadas de estrada no louvor e na adoração, Adhemar de Campos fala de sua vida, família e seu ministério.... E muito mais.

Ele converteu-se em fevereiro de 1974, num sábado de carnaval, num acampamento promovido, na época, pela Igreja do Evangelho Quadrangular. Nem bem assimilara a experiência que acabara de passar, dois meses após sua conversão, já compunha sua primeira canção intitulada “Cristo me mostrou o caminho”, que, como conta ele, “marcou o início de minha vida cristã”.

De fato marcou, pois daí em diante, não parou mais. E não demoraria muito para que logo seu nome figurasse como ícone e referência entre os muitos que com ele desbravaram o caminho para o louvor e a adoração se tornarem o que é hoje: um marco e uma ponte para muitos lideres, músicos, ministros e ministérios que têm nesse, digamos, segmento, mais que seu chamado, mas, acima de tudo, um estilo de vida capaz de contagiar e influenciar a muitos.

Para saber de seus mais de trinta anos de ministério à frente da música, do louvor e da adoração, fomos conversar com o pastor e ministro Adhemar de Campos. Casado e pai de três filhos, ele é autor de cerca de 500 canções, além de versionista de mais de 100 músicas de origem norte-americana e línguas hispânicas, cantadas por expoentes da música evangélica como Don Moen, Ron Kenoly, Bob Fitts, Paul Wilbur (todos americanos), Marcos Witt (méxicano) e Jorge Losano (argentino) – só para citar alguns. Os seus trabalhos passaram pelos antigos LP´s (long play), chegaram aos CD´s e hoje figuram entre os DVD´s.

Adhemar de Campos é hoje pastor auxiliar da Comunidade da Graça, em São Paulo. Em tom de gratidão e também humildade – para não falar ainda de sinceridade e transparência, marcas de seu forte temperamento – ele nos concedeu a honra dessa entrevista. É a vez e a voz da experiência de quem muito aprendeu ao longo do caminho. E agora tem muito a ensinar. Eis então a entrevista:

Lagoinha.com: Em que ponto principal a sua geração difere da nova geração de adoradores?
Pr. Adhemar de Campos: Se há alguma diferença, eu diria que ela está na questão da experiência e do conhecimento em função dos anos vividos, o que é perfeitamente normal, porque, na maioria dos casos, a seriedade, intensidade e motivação são iguais. Tenho caminhado com vários da nova geração e a experiência tem sido gratificante, como exemplifica o Salmos 78, versos 1 a 6.

Lagoinha.com: Suas canções fizeram parte da vida de muitas pessoas e inspiraram muitos outros adoradores como Ana Paula Valadão Bessa, Nívea Soares, David Quinlan, Pregador Luo... Você se considera um dos que prepararam o caminho para esta nova geração?
Pr. Adhemar: Somente hoje consigo enxergar isso, pois no começo, não tinha noção do que estava acontecendo nem do que viria a acontecer. Eu apenas vivia aquele momento intenso e indescritivelmente maravilhoso. Aprendi que Deus tem os seus planos e os executa muito bem.

Lagoinha.com: A espontaneidade nos ritmos e canções que figuram no louvor e na adoração hoje foi também motivo de discussões e divisões, especialmente porque muitos consideravam como abuso, modismo e falta de reverência, em razão do tradicionalismo que ainda hoje parece imperar na música evangélica. Com que tipo de cenário se deparou logo no início de seu ministério e com o que teve de lidar, uma vez que foi um dos pioneiros dessa espontaneidade?
Pr. Adhemar: De fato, não foi nada fácil enfrentar o status quo denominacional da época, representado por uma minoria. Por outro lado, não tínhamos como recuar, pois experimentávamos algo forte que o Espírito trazia para a sua Igreja e não um modismo ou coisa parecida. Também não agíamos com a intenção de querer provocar as lideranças denominacionais. Apenas estávamos vivendo uma experiência genuína, baseada no amor de Deus. Com o tempo, outros irmãos foram sendo contagiados e assim a benção se espalhou.

Lagoinha.com: Salvo honrosas exceções, como avalia esse boom de grupos, ministros e ministérios de louvor e adoração que surgiram e têm surgido desde que começou seu ministério? Seria avivamento, modismo ou marketing?
Pr. Adhemar: Na verdade, creio que é um pouco de tudo. Talvez o mais acertado seria dizer que alguns são genuínos, mas outros não tem identidade ministerial, infelizmente. Olhando para o livro de Atos, encontramos a história de um homem chamado Elimas, que desejou “comprar” o dom de Deus para realizar “seus” sinais. Quando um mover genuíno surge, ele gera muitas experiências genuínas e abençoadoras, como vemos em nossos dias. Mas nunca nos livraremos dos “elimas” que proliferam em nosso meio. Provavelmente seja por isso que o apóstolo Paulo tenha dito: “...Aqueles cujo deus é o ventre”.

Lagoinha.com: Uma das grandes queixas de quem lida com o louvor e a adoração como ministério é a falta de unidade, visão e compromisso e, não raro, se tem notícia de grupos e ministérios que se dividem por ciúmes, lucros e brigas internas. Qual sua opinião sobre isso e o que diria para quem já lida com o louvor e a adoração há anos ou está começando agora e que dicas ou segredos citaria para a unidade e sucesso de um ministro, grupo ou ministério?
Pr. Adhemar: Indo direto ao ponto: a falta de unidade, de visão e de compromisso é falta de conversão, de novo nascimento, de encontro real com Cristo. Assim está escrito: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é. As coisas velhas já passaram...” e “... O novo homem se renova”. ( 2 Cor. 5:17; Col 3:10). A dica que dou é simples: precisamos pregar o evangelho do Reino, pregar a cruz, pregar Cristo crucificado e ressurreto. Quantos estão anunciando essa mensagem? Hoje temos uma igreja e ministros que correspondem a mensagem que ouviram, ou seja, temos pregado um evangelho diluído, que não incomoda, não confronta. Nesse caso, pouco adiantará oferecer regrinhas de conduta ou coisa parecida. Precisamos mesmo é de nos arrepender e voltarmos para a essência do Cristianismo. Para aqueles que passaram pela cruz, aconselho a se submeterem a um pastor, a um discipulado e a um pastoreamento e estarem de fato ligado a uma igreja, para edificação e multiplicação.

Lagoinha.com: Como ministro de louvor, o senhor se depara com muitas situações que geram dúvidas como ser músico ou ministro, receber cachê ou oferta, serviço voluntário ou remunerado... Como lida com estas questões?
Pr. Adhemar: Antes de discutirmos sobre “músico ou ministro”, “cachê ou oferta”, “voluntário ou remunerado”, desafio a todos a responderem para si e para Deus essa pergunta: para quem você vive? Estou certo que a resposta a essa pergunta vai lhe levar ao erro ou acerto das outras. Minha opinião? Bem! Eu sou músico, ministro. Aceito oferta, doação, semente. Assim a Palavra afirma: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito que vem do alto do Pai das luzes” Sou voluntário, mas também sou remunerado... Ah, o melhor de tudo: Jesus é meu único tesouro! Minha resposta é simples e vem com uma pergunta: para quem eu vivo? Todo cristão deveria fazer essa pergunta em algum momento: que torre estou construindo? Que reino estou construindo? Que nome estou construindo? O apóstolo Paulo tem uma idéia interessante sobre isso. Ele afirma: “Porque ninguém vive para si mesmo, se vivemos para o Senhor vivemos...” (Romanos 14:7-8)

Lagoinha.com: Algo muito marcante em seu ministério é o fato de o senhor nunca ter se pronunciado contra ou falando mal de outros ministérios. Como vê essa postura por parte alguns pastores e líderes de louvor que pregam ou falam mal de determinados grupos? Até que ponto a crítica é saudável para o Corpo de Cristo?
Pr. Adhemar: Talvez eu tenha falado, sim, algo em relação a algum ministério, pois sou falho como qualquer outra pessoa. Porém, não é meu hábito fazê-lo, a não ser quando existe uma situação que ofereça perigo doutrinário e que contraria as Escrituras. Nesses casos, reajo com veemência para proteger o rebanho. Por outro lado, creio que a crítica só tem lugar quando é dirigida a quem de direito, com a intenção de abençoar e edificar.
Lagoinha.com: Nos últimos tempos, temos percebido que muitas igrejas se voltaram mais para o louvor e a adoração, e se esqueceram de outras áreas como evangelismo, discipulado e, principalmente, a Palavra de Deus propriamente dita. Como evitar que isso aconteça?
Pr. Adhemar: Se, como Igreja, nos esquecemos do evangelismo, do discipulado e, principalmente, da Palavra de Deus, provavelmente nosso louvor e nossa adoração não é nada mais que um modismo efêmero. O contrário disso é o louvor e adoração que passam pela cruz e se transformam nu estilo de vida, que nos faz amar a Palavra e nos leva a evangelizar e a fazer discípulos.

Lagoinha.com: O senhor é bem aberto quanto à questão de estilos musicais. Prova disso, é a sua participação no álbum “D’alma”, do APC 16 (compare preços), do pregador Luo. Sem dúvida, um dos momentos marcantes do DVD é quando ouvimos a canção “Tributo a Iehovah”. Como foi participar deste trabalho? Qual a visão que você tem dos diversos estilos musicais?
Pr. Adhemar: A visão que Deus tem dos povos, das tribos e nações; a visão do evangelho que alcança todas as culturas da Terra; a visão da universalidade da música, que une os povos; a visão da semente de Abraão, Cristo, por meio de quem seriam abençoadas todas as famílias da Terra.

Lagoinha.com: Como nasceu essa amizade entre o senhor e Luo, que contribuiu para a participação dele em seu DVD comemorativo?
Pr. Adhemar: Segundo o próprio Luo, no inicio da sua conversão, essa foi a música que marcou sua vida profundamente e contribuiu na sua caminhada com Deus. Com isso, nos tornamos amigos.

Lagoinha.com: Numa retrospectiva dessas três décadas de ministério comemoradas recentemente, como avalia sua trajetória? O que mais lhe marcou?
Pr. Adhemar: Fui gerado pela palavra do evangelho do Reino, que focaliza Cristo crucificado, ressurreto, exaltado, o Rei que reina. Em todo esse tempo, tenho procurado submeter ao senhorio de Cristo minha vida, e família, profissão, meu ministério, dons, talentos, bens. Enfim, tudo. Na medida em que ia conhecendo e me entregando ao Senhor, fui colhendo o fruto dessa semeadura em termos de presença de Deus e fruto de vida em todas as dimensões.

Lagoinha.com: Que fato curioso citaria que marcou o seu ministério nesses 30 anos?
Pr. Adhemar: Estava numa vigília, prostrado, quando o Espírito me disse: “Esse é o melhor lugar do mundo para você estar: aos Meus pés”. Passados alguns minutos, o pastor que orava ao meu lado recebera uma visão na qual me via ministrando num ginásio em que pessoas estavam sendo poderosamente tocadas por Deus. Foi uma experiência inesquecível.

Lagoinha.com: Quais as palavras fundamentais que descrevem o modo para permanecer no ministério por 30 anos? Como o significado real de cada uma influenciou a sua vida e seu ministério?
Pr. Adhemar: Novo nascimento, traduzido pela revelação da sublimidade da graça divina, que sepultou a miséria gerada pelo pecado em minha vida, conforme Romanos 8: versos 1 e 2. Essa essência, que me conectou ao evangelho verdadeiro, puro, simples, sem mistura, sem interferência humana. Escrituras sagradas, fonte de revelação, avivamento, capacitação, autoridade, estabilidade, santidade, inspiração, composição, profecia, paixão e compaixão.

Lagoinha.com: Se tivesse que lançar um DVD comemorativo tendo, porém, como convidados ministros e ministérios que caminharam contigo e/ou atuaram na sua época, o faria? Se sim, quem convidaria para dividir o palco contigo?
Pr. Adhemar: Bem, da minha época, seria um time grande de preciosos amigos como Asaph Borba, Gerson Ortega, Guilherme Kerr, Dimas Pezzatto, Benedito Gomes, Carlinhos Félix, Alda Célia, entre tantos queridos que poderia mencionar, pessoas que amo e admiro.

Lagoinha.com: Como foi a interação no estúdio com os ministros convidados para seu DVD comemorativo?
Pr. Adhemar: Fantástico! Ficamos hospedados no mesmo hotel um dia antes da gravação e assim pudemos aprofundar nossa comunhão nos ensaios, nas orações, nas refeições. O resultado da gravação também é o fruto semeado por meio da comunhão. Que lição preciosa! Aleluia!

Lagoinha.com: Fale, brevemente, da perda de sua filha, Raquel, de acordo com o que sua esposa relatou no DVD.
Pr. Adhemar: Era nossa primeira experiencia como pais em 1983. O bebê nasceu com alguns órgãos internos mal formados vindo por isso a falecer. por essa razão o médico orientou-nos a não tentarmos outra gravidez porem oramos e o Senhor nos deu a palavra de isaias 65.17-23. assim nasceram Rodrigo, Mariana e Juliana.

Lagoinha.com: Como foi estar entre os finalistas na 13ª edição do troféu talento nas categorias de “melhor DVD”, “Álbum Adoração e Louvor” e “Cantor do Ano”?
Pr. Adhemar: Hum... Foi uma surpresa.

Lagoinha.com: Uma mensagem especial final a todos os internautas do nosso portal.
Pr. Adhemar: Conheça Jesus e entregue-se a Ele. Ande com Ele, ame-O sobretudo, e faça da sua vida sua melhor canção e seu melhor louvor para Ele.

::Por Ana Paula Costa
Jornalista e Gerente de Comunicação da Igreja Batista da Lagoinha

*Com colaboração de Marcelo Ferreira - jornalista do setor de Comunicação da Igreja Batista da Lagoinha

1 comentários

Anônimo disse... @ 5 de agosto de 2008 às 00:36

Uma bençaõ. Creio que assim podemos definir avida de Adhemar de Campos.
Não há o que falr , nem a favor nem contra. Sem comentários. Sem críticas.

Agora só uma pergunta: Onde está o tal de Karate que nem fala mal e nem fala bem do pastor??
parece q só sabe falr mal e elogiar n faz parte da personalidade dele.

heheehehehe

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