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Por João Neto

No ano de 2006, o renomado ministro de louvor, Kirk Franklin, participou do famoso talk show norte-americano ”Oprah”. Durante aquela edição do programa, o maestro assumiu publicamente, enfrentar um vício que já o afetava desde a infância: a pornografia. ”Havia sempre aquele menino cujo irmão mais velho tinha revistas pornográficas. A primeira vez que vi uma, devia ter uns oito ou nove anos. A partir daí me tornei um viciado. E levei isso para meu casamento. Minha esposa ficou ciente da situação somente no segundo ano de casados”, relatou o músico.

Casos como o de Kirk Franklin já não são mais tão raros como se imagina. A Igreja tem sido afetada pela pornografia, que está presente nos lares de muitos jovens, crianças e adultos cristãos. Líderes de ministérios mantém este vício oculto em suas vidas e, muitas vezes, usam de seus cargos dentro da comunidade para esconder tal fraqueza. Em entrevista exclusiva ao Guia-me, Julio Severo — escritor de temas relacionados à sexualidade — falou das dificuldades para se tratar do assunto no meio cristão e medidas a serem tomadas para que as igrejas previnam-se contra este perigo. Confira, na íntegra, a entrevista feita com o pesquisador cristão.

Guia-me: Você enxerga motivos específicos para a Pornografia ainda não ser tratada, remediada ou até prevenida nas igrejas cristãs?

Julio Severo: A principal razão é a secularização das igrejas. Por secularização, quero dizer que os sentimentos e reações do mundo se tornaram parte das igrejas. O mundo nada vê de errado ou anormal em novelas, filmes e programas com conteúdo de nudez e sexo - em menor ou maior grau. O mundo também pouco se importa com a exposição de nudez, dentro de cada lar ou por meio da mídia. As igrejas não querem parecer diferentes do mundo. Daí, acabam caindo nas mesmas ciladas, onde programações patentemente pornográficas não são reconhecidas como tais, porque todos já se acostumaram às cenas. É a mundanização dos sentimentos e reações dos cristãos e a perda do ”antiquado” temor a Deus.

Guia-me: Existe alguma forma das igrejas se prevenirem, evitando que a pornografia afete os seus jovens, crianças e adultos? Se sim, em que consistem estas medidas?

Julio Severo: O ministério sacerdotal consiste em ensinar diferenças ao povo, isto é, o líder tem a responsabilidade de ensinar frequentemente a diferença entre o santo e o profano, o certo e o errado, o puro e o impuro, etc. A pregação e estudos bíblicos nos lares precisam tratar diretamente dos prejuízos e perigos que programas de TV, cinema e uso inadequado da internet podem trazer. É preciso especificar aos jovens regularmente o que é bom e o que é inaceitável nas ofertas deste mundo. Por outro lado, há uma necessidade premente de encorajar os jovens a ler abundantemente a Palavra de Deus. Para eles, recomendo a Bíblia NTLH — Nova Tradução na Linguagem de Hoje.

Guia-me: Quais necessidades você identifica em uma pessoa que já se encontra envolvida por este vício? Necessidades espirituais, psicológicas, físicas etc?

Julio Severo: Se é alguém que não conhece Jesus, precisa de liberação e salvação, quer esteja na igreja ou não. Se é alguém que conhece o Evangelho, a necessidade urgente é cultivar o temor do Senhor, a santificação. Marido e esposa precisam entender que pelo simples fato de poderem ver sua própria nudez eles não estão também autorizados a verem a nudez de todos os outros.

Guia-me: Por que as pessoas procuram tanto a pornografia? O que elas buscam saciar ao ver filmes, revistas ou acessar sites com este conteúdo?

Julio Severo: Modernamente, a procura vem por desleixo moral. A pornografia visual — seja de revistas, TV e internet — é um vicio majoritariamente masculino. Esse vício vem sendo cultivado em lares liberais e permissivos onde meninos e meninas são literalmente criados aos pés de entretenimentos onde a nudez ou semi-nudez é normal. Há também a exposição de nudez dentro da própria família, onde crianças criadas em ambientes afetados por teorias psicológicas de criação de filhos acabam desde cedo sendo acostumadas a ver a nudez do pai e da mãe e dos irmãos. Meninos de lares assim não têm dificuldade nenhuma de se viciar em pornografia e tratar as meninas e mulheres como meros objetos sexuais. Meninas criadas em lares desse tipo conseguem facilmente se deixar fotografar ou filmar pornograficamente, ou coisas piores.

Guia-me: Como uma pessoa de dentro da igreja pode buscar esconder o seu vício (no caso, em pornografia)? De quem ela busca esconder esta fraqueza? De Deus, do pastor, da família, dos amigos, dela mesma?

Julio Severo: Sim, há casos em que se esconde o vício da pornografia. Até mesmo alguns líderes escondem não só o seu vício de pornografia, mas outros pecados ocultos da igreja, como a prática do nudismo fora do relacionamento conjugal entre marido e esposa, onde crianças e adolescentes ficam expostos à nudez do pai e da mãe. Eles não se preocupam com Deus, por não temê-lo, mas se preocupam com a reação das outras pessoas da igreja.

Guia-me: Após descobrir que a pessoa está sofrendo com tal fraqueza, qual a atitude que a Igreja deve tomar diante desta situação?

Julio Severo: Se o viciado em pornografia e nudismo é um pastor, ele precisa se consertar com Deus e com sua família e, se possível, pedir ajuda a um pastor de confiança bem mais velho. Se for um membro de igreja, ele precisa buscar em Deus sua libertação e procurar a ajuda de alguém de confiança e que seja maduro espiritualmente para fazer um acompanhamento da situação.

Fonte: Portal Guia-me, via O Verbo

Por Amenidades da Cristandade
#Lembreto
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