Por Levi B. Santos
Nas minhas andanças pela internet, sempre estou visitando o blog “Púlpito Cristão” do meu cyberamigo Leo Gonçalves. No seu espaço do Google, ele posta suas denúncias sobre os descalabros e situações bisonhas preconizadas pelos senhores adeptos do Neo-neo-pentencostalismo, os quais vêm usando o púlpito (lugar sagrado) para fazer suas estripulias e aberrações em nome de um cristianismo de fachada. Sempre que posso, faço meus comentários de indignação e ponho no seu blog, no intuito de somar forças contra essa onda de anomalia espiritual que tenta solapar a credibilidade do evangelho de Cristo.
O que me levou a lembrar do irmão Leo Gonçalves e seu site “Púlpito Cristão”, foi uma reportagem que li recentemente na VEJA de 24 de Dezembro último, a cargo do jornalista André Petry. É coisa de estarrecer qualquer cristão, e vem lá do berço do neo-pentecostalismo. Lá dos EUA.
Todos sabem da crise atual que ameaça de falência as três gigantes da indústria automobilística americana.
Pasmem os senhores. Não é que na cidade de Detroit (sede da GM, da Ford e da Chrysler), uma igreja pentecostal colocou em cima do púlpito três carros utilitários, um da cada marca, para pedir proteção a Deus pelos fabricantes ( vide foto acima do texto). Tudo realizado de uma maneira “solene” ao som do hino: “Em Busca de um Milagre”. É trágico e ao mesmo tempo cômico essa esdrúxula situação a que chegou o evangelismo espetaculoso e imediatista dos EUA. Um total desrespeito com aquilo que outrora era um lugar sagrado (“o altar”, como diz a reportagem).
Não posso deixar de mencionar aqui o que se passou por minha imaginação, ao ler tamanha monstruosidade. Como deve ter sido essa oração ante os reluzentes carros O Km. Penso que foi mais ou menos assim:
“Senhor meu Deus, nós queremos continuar com nossos carrões. Eles nos dão status e visibilidade. Não importa Senhor, que eles sejam poluidores e causadores de mortes violentas. Não importa que eles desumanizem as cidades e façam muito barulho. Não importa que eles sejam inimigos da saúde, pois estimulam a obesidade. Mas Tu sabes Senhor que o que é bom para os EUA, é bom para Ti. Portanto salva a GM. Salva a Ford e salva a Chrysler”. Amém.
Bem, não quero me estender muito sobre esse tipo de oração. Fica ao critério do leitor, através de seu comentário, acrescentar mais dados sobre como poderia ter sido essa prece automobilística.
Já que as grandes metrópoles estão sendo engolidas pelos automóveis em fenomenais engarrafamentos (caso de São Paulo), não seria mais sensato pedir a Deus uma outra alternativa de emprego para os fiéis que trabalham nessas fábricas?
Pelo andar da carruagem desse vergonhoso neo-pentecostalismo, logo logo, aparecerão por essas bandas, templos com heliportos e grandes garagens para carretas. Aliás, no futuro ─ talvez não veja, pois já estou com sessenta e dois anos de idade ─ muitos templos serão substituídos por “mega-shoppings” de Deus.
Nesse momento de tanto escândalo, quero fazer meu, o velho refrão de Boris Casoy: “ISSO É UMA VERGONHA!!!”.
Crônica por Levi B. Santos
Guarabira, 24 de Dezembro de 2008
Fonte: Ensaios & Prosas via Bereianos
Por Amenidades da Cristandade
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[sábado, fevereiro 14, 2009
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4 comentários
Sou evangelica e vivo nos Estados Unidos a 7 anos, e posso confirmar que isso e tipico e comun por aqui, os Cristao de aqui acham que sao o unico povo que merece ser abencoado, e que Deus e propriedade deles assim como a GM, o verdadeiro medo do americanos nao e de um ataque terrorista e sim de um ataque em seus bolsos, de perder suas mercedez. Eu oro a Deus no Nome Poderoso de JESUS que a igreja do Brasil nunca copie o modelo americano.
Engraçado desde quando o altar de cimento é santo? definitivamente não entendo onde existe essa santidade a um prédio na biblia, pois Deus não habita em tamplos feitos por mãos. Quanto ao fato dos carros estarem lá na frente da igreja (o povo) não vejo nada demais, quanto ao fato do povo orar pela crise não vejo nada demais, agora quanto ao fato do irmão chamar os carros de destruídores, poluidores, estimulantes de obesidade eu tenho uma pergunta: você só anda a pé? você não tem carro e nunca andou em um? pois eu te digo o meu carro é benção de Deus na minha vida (é com ele que eu faço a obra) o problema não é o objeto e sim quem o usa. Agora que comentário mixuruca, é bom o irmão orar mais pela igreja brasileira (e agradecer a Deus que não estamos sofrendo reflexos da crise) do que ficar olhandop para a Igreja dos EUA. Sim só mais uma coisa: o ALtar de santidade somos nós e não predios.
Caríssimo irmão Marcílio
Meu irmão, a minha intenção com o texto postado, foi o de mostrar que púlpito de igreja não é lugar para se colocar objetos do nosso desejo terreno. O meu texto foi mais um alerta contra essa exploração banal de um lugar dedicado a oração e pregação da palavra de Deus.
Se essa moda pega, daqui a pouco vamos colocar no púlpito: bois, porcos, produtos perecíveis. Coisa parecida com essa ocorreu no Templo de Jerusalém, quando o Mestre dos mestres expulsou os vendilhões.
Além do mais, para se orar por empresários em crises, não há necessidade de colocar seus produtos industriais em cima de um púlpito. Deus atende a oração do justo sem precisar desse sensacionalismo idólatra.
Graça e Paz
Ldevi B. Santos
Não sigo a mesma análise para esse fato.
Aliás, aconselho a não seguir por esse caminho, Levi, pois você acaba caindo em todas as armadilhas e obscuridades. Pode ser boa sua intenção, mas não faça isso: "Cuida para que a luz que em ti há não sejam trevas" (Luc 11.35)
Primeiro.
Isso não é um fato do "neopentecostalismo". Aliás, a rigor, nem existe um neopentecostalismo (pelo menos nos Estados Unidos nem existe esse termo). Esse é um fato de inúmeras (mas não todas) igrejas evangélicas, que nem sequer pentecostais são.
Há apenas um pentecostalismo, e não um novo pentecostalismo. Pode existir um bom e um mau pentecostalismo, mas não existem diferenças doutrinárias chave para que possamos dizer assim: "olha, tudo o que é estranho e escandaloso é daquele movimento".
Infelizmente, não existe uma única "anomalia" a se combater (a não ser que sua oposição seja aos ditos neo-pentecostais).
Segundo.
É evidente que trazer carros para um local de culto é uma teatralização, e totalmente dispensável. Eu abomino e mesmo se fosse a intenção orar pelas empresas não precisaria ter os carrões lá.
Isso não é nem novidade. Aliás, em muitas edições do "Grito da Terra" (organizado pela Pastoral da Terra) há coisas bem semelhantes, colocando foice ou trigo diante do altar.
Jamais vi uma crítica aos católicos por causa disso. Mas é igualmente cômico e afrontador.
Só que dizer que houve "Púlpito para automóveis" induz a uma compreensão falsa do fato, pois em nenhum momento se comprova a idéia de uma pregação para automóveis, ou mesmo o culto a eles. O título fica sensacionalista e traz vício de indução.
Terceiro.
Essa hipotética oração de como seria em favor de carros poluidores é cínica.
Tudo causa poluição. O lixo comum, o escolar, remédios, até o computador e a jardinagem.
Eles oraram pelos empregos em Detroit e por isso oraram por aquelas empresas. É preciso orar por elas e pelos empresários, da mesma forma que pelos operários que estão sendo demitidos. Não tem porque considerarmos uma causa da classe alta como "imoral" e uma causa da classe baixa como "justa".
Como orar para que salvem-se os empregos, e querer que as empresas acabem e se encontre alguma coisa "alternativa", se nem os tão queridos ícones do Evangelho social tencionam fazer na prática?
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