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Todos aqueles que acompanham as postagens aqui no Púlpito Cristão já sabem meu posicionamento acerca de questões éticas. Já uma vez firmei, em resposta a um colega blogueiro, que "a ética está edificada sobre a verdade e não a verdade sobre a ética". Chamar os fariseus de raça de víboras seria considerado por muitos crentes "politicamente corretos" de hoje em dia, uma tremenda falta de educação. No entanto, Jesus jamais censurou a atitude de João Batista; ele o elogiou! "Entre os nascidos de mulher, ninguém é maior que João Batista", o mestre disse.

Recebi hoje um e-mail do amigo Levi Bronzeado, editor do blog Ensaios e Prosas, no qual ele me enviava o link de seu último ensaio, para uma avaliação e opinião. Por considerar o texto uma leitura interessante, recomendo as linhas seguintes para a apreciação de todos, mas principalmente àqueles que usam de passagens bíblicas para justificar uma postura covarde, e que por medo de confrontar o erro religioso, acabam sacrificando a ortodoxia cristã no altar da tolerância religiosa, demonstrando dupla hipocrisia, pois eles não toleram aqueles que querem defender a verdade. Falam de tolerância, mas são tremendamente intolerantes com aqueles que discordam deles.

À seguir, o texto do Levi Bronzeado:


Muito embora Jesus tenha denominado o Rei Herodes de “raposa” ─, não convém ao crente assim proceder. Devemos dispensar o melhor tratamento às autoridades, mesmo que elas tenham, às vezes, condutas irregulares e hipócritas. Está escrito: “Toda autoridade provém de Deus”.

Muito embora Jesus tenha cognominado de “sepulcros caiados” aos homens da Lei que estavam sentados na cadeira de Moisés ─, não é conveniente ao cristão assim o fazer. A boa ética manda que o crente tenha sabedoria e controle emocional, a fim de que não caia na tentação de detratar as pessoas.

Muito embora Jesus não tenha encontrado onde repousar a cabeça ─, não é conveniente ao crente está falando mal das autoridades religiosas que enriqueceram graças aos seus extraordinários dons. As mansões, os carrões, as chácaras e o mar de riquezas que essas autoridades possuem, são frutos do seu honesto trabalho. Está escrito: “Todo obreiro é digno do seu salário”.

Muito embora Jesus em sua missão, tenha ido buscar pessoas para serem discipuladas “extra-muros” do Templo ─, não é de boa norma o crente organizar grupos para o ensino da palavra por aí afora. O Templo é o único local adequado para esse fim. Está escrito: “Alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor”.

Muito embora Jesus tenha entrado no templo, armado de chicote para expulsar os poderosos que faziam da Casa de Deus uma “bolsa de valores” ─, não é conveniente ao crente de forma desastrada, assim se comportar. Está escrito: “Não é por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor”.

Muito embora Jesus tenha reprovado os religiosos de sua época, por adorarem os primeiros lugares nas sinagogas ─, não é ético para o cristão assim proceder. Em todas as igrejas, é de praxe que os primeiros assentos sejam destinados às autoridades eclesiásticas. Está escrito: “A quem honra, honra”.

Muito embora Jesus não tenha tomado uma atitude enérgica, quando os seus discípulos invadiram um roçado de milho alheio para saciar a fome num dia consagrado ao descanso ─, não convém ao crente assim proceder. Mesmo estando faminto, não ouse apanhar nada no roçado de alguém, sem autorização. Está escrito: “Pedi e dar-se-vos-á”. Portanto, basta dobrar os seus joelhos e orar.

Muito embora Jesus não tenha respondido a pergunta de Pilatos, sobre “o que era a verdade” ─, não convém ao crente, deselegantemente, silenciar diante da pergunta feita por uma autoridade. Peça a Deus sabedoria e Ele porá a palavra certa em sua boca. Está escrito: “Se estes se calarem, até as pedras clamarão”.

Muito embora Jesus tenha dito de forma pública que os escribas e fariseus, apesar de serem dizimistas, negligenciavam o mais importante, como a justiça, a misericórdia e a fé ─, é atitude reprovável e contrária à ética, o cristão expor aos quatro cantos do mundo uma simples falta (perdoável) dos seus superiores, ainda mais, se eles estiverem sentados na cadeira de Moisés. Está escrito: “E o oferecerá com a oferta sobre o altar, e assim o sacerdote fará expiação por ele, e será limpo”.

Muito embora Jesus tenha se posicionado contra os fariseus que enfrentavam todo tipo de obstáculos para fazer prosélitos, ocasião em que os denominou de duas vezes filhos do inferno ─, não é de bom alvitre o crente tomar tão irredutível atitude. Está escrito: “Mas que importa? Contanto que Cristo de qualquer modo, seja anunciado, ou por pretexto, ou por verdade..."


De acordo com esse manual legalista de "ética cristã", Jesus teria sido reprovado com nota zero. Mas, não custa nada perguntar:

Se Cristo viesse hoje com aquele verdadeiro e contudente discurso do capítulo 23 de Mateus, seria ou não seria, rotulado de “ANTIÉTICO” pelos donos do poder eclesiástico?

Fonte: Ensaios & Prosas, via Púlpito Cristão

Por Amenidades da Cristandade

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